quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Jeremias e Dália

* A um casal oeirense

Jeremias, o grande itinerante,
Pôs o seu caminhão na escura estrada;
E após beijar Dália, sua amada,
Em lágrimas partiu no seu possante.

Dália, bela mulher dissimulada,
Fez prece, mas sozinha riu no instante
Em que Jeremias, seu viajante
Sumiu na escuridão da madrugada.

Jeremias – pobre homem enganado!
Tendo a certeza de ser muito amado,
Seguia felicíssimo ao volante.

Dália, naquele instante de sarcasmo,
Previa já o mais gostoso orgasmo
No corpo varonil do seu amante.

Rogério Freitas

Nenhum comentário:

Postar um comentário