quinta-feira, 25 de março de 2010

Sede

Ainda deságuo quando você demora
a descansar seu coração selvagem
Em meu peito
Pois sei que teu cais
É qualquer porto
Qualquer poço
mas você sempre volta
e não tem jeito mesmo
minha sede cede a qualquer encanto teu
tenho a sede dos oceanos
você é minha sede
sede minha represa
sou mulher oceano
e nem a tempestade sacia minha sede
pois quem chove sou eu
a tempestade sou eu
vem cedo navegar em meu pano
deixa teu navio-coração
descansar no peito meu.

Edilberto Vilanova

Solitude

Eis o que tenho feito:
Renunciei,
E alguém mais forte do que eu
Ocupou o meu lugar;

Eis o que tenho feito:
Hesitei,
E alguém com mais atitude
Chegou em minha frente;

Eis o que tenho feito:
Amei,
Mas na dúvida me calei
E acabei por ficar sozinho;

Eis o que tenho feito:
Desregrei-me,
E nesse isolamento frívolo
Perdi oportunidades;

Eis tudo o que tenho sido:
Renúncias, hesitações, dúvidas,
Desregramento.
Toda uma vida resumida
A uma mísera existência.

Rogério Freitas

segunda-feira, 22 de março de 2010

Transubstanciação

dedicado a Rejane Meyson, pela inspiração

Tomai a vida que codifico
Nas entrelinhas dos meus versos
Eis o meu corpo e o meu sangue

Vivaldo Simão