Há dias espero
Por uma palavra,
Uma mera palavra
Que possa ser o fio
Da meada
Uma palavra seminal
...E minha cabeça...
Minha cabeça prenhe de nada!
Vivaldo Simão
sábado, 25 de outubro de 2008
Falando a Dora
Para sempre não há, Dora, ventura
Que dure. Ser feliz e um breve instante.
O mundo algoz tão ríspido, inconstante,
Converte todo bem em amargura.
Lamenta sim a grande desventura
Que vira! Não te iluda a radiante
Fortuna que da a qualquer semblante
O sorriso do gozo e da fartura.
Eu também, neste rosto, carreguei
Esse riso – também me debrucei
No fausto da fortuna que me dizes...
Mas, toda a luz que eu tinha se apagou
E veio o eterno mal; só me ficou
A saudade dos dias mais felizes.
Rogério Freitas
Que dure. Ser feliz e um breve instante.
O mundo algoz tão ríspido, inconstante,
Converte todo bem em amargura.
Lamenta sim a grande desventura
Que vira! Não te iluda a radiante
Fortuna que da a qualquer semblante
O sorriso do gozo e da fartura.
Eu também, neste rosto, carreguei
Esse riso – também me debrucei
No fausto da fortuna que me dizes...
Mas, toda a luz que eu tinha se apagou
E veio o eterno mal; só me ficou
A saudade dos dias mais felizes.
Rogério Freitas
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Submarino
Na hora do mergulho, submerso o submarino subverteu-se
E agora, eis-me a desfazer o sonho em taça,
Eis-me a seguir relâmpagos na desventura dos cálices,
A entornar vácuos e acordar fantasmas
Eis me aqui: dragão nebuloso, risonho e asqueroso
Quando o coração já é fumaça
E o peito se derrama outra
o silêncio grita outra vez
Pois já rodopiaram os instantes e se quebraram os limites.
Quando tudo se cala,
Explodem raros castiçais de nuvens desvirginadas
Em espirais convulsas de hálitos mofados.
Mas a boca ainda se abre e de sobressalto, em retalhos,
Resta a fala e diante dos olhos há tantas coisas!
Tantas palavras que antes eram náufragios
E agora são naus, que embora desatinadas, carregam um grande fardo
E ainda conseguem fugir do sopro da tempestade.
Edilberto Vilanova
E agora, eis-me a desfazer o sonho em taça,
Eis-me a seguir relâmpagos na desventura dos cálices,
A entornar vácuos e acordar fantasmas
Eis me aqui: dragão nebuloso, risonho e asqueroso
Quando o coração já é fumaça
E o peito se derrama outra
o silêncio grita outra vez
Pois já rodopiaram os instantes e se quebraram os limites.
Quando tudo se cala,
Explodem raros castiçais de nuvens desvirginadas
Em espirais convulsas de hálitos mofados.
Mas a boca ainda se abre e de sobressalto, em retalhos,
Resta a fala e diante dos olhos há tantas coisas!
Tantas palavras que antes eram náufragios
E agora são naus, que embora desatinadas, carregam um grande fardo
E ainda conseguem fugir do sopro da tempestade.
Edilberto Vilanova
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Outras partes
Não chores como eu
Invente uma arte
Não fique falho como eu
Pois existe outro
Que se encontra em qualquer parte
E quem está aqui
Não sou eu nem o outro
É apenas a parte louca
Que contesta a novela volúvel
Que insiste no mesmo capítulo
Quando brota um novo jornal
Porém, com o mesmo noticiário.
Variável dor
Que não sabe se dói ou se desfaz o amor.
Amor?
Será o amor condenado, calculado, sacrificado,
Servido à mesa num prato raso?
Mas, não chores como eu
Invente uma arte
Pois quem está aqui
Não sou eu nem a parte louca,
Agora é o outro
Que vem de outras partes
E se reparte em artes.
Edilberto Vilanova
Invente uma arte
Não fique falho como eu
Pois existe outro
Que se encontra em qualquer parte
E quem está aqui
Não sou eu nem o outro
É apenas a parte louca
Que contesta a novela volúvel
Que insiste no mesmo capítulo
Quando brota um novo jornal
Porém, com o mesmo noticiário.
Variável dor
Que não sabe se dói ou se desfaz o amor.
Amor?
Será o amor condenado, calculado, sacrificado,
Servido à mesa num prato raso?
Mas, não chores como eu
Invente uma arte
Pois quem está aqui
Não sou eu nem a parte louca,
Agora é o outro
Que vem de outras partes
E se reparte em artes.
Edilberto Vilanova
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Poema mudo
"O que é que se diz
Quando todos os poetas já disseram tudo?"
Silenciei e fiz esse poema mudo
Vivaldo Simão
Quando todos os poetas já disseram tudo?"
Silenciei e fiz esse poema mudo
Vivaldo Simão
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A morte de Cupido
Vingai-vos por amor, adornai
Minhas mãos com fogo
Na regência das palavras, apartai
Parte a parte o todo
Ao amor, esse gracejo, adorai
Partido. Apartei-me do jogo
Por vê-se ferido, cai,
Vencido, perdi o fôlego.
Com tanto amor esculpido,
Ainda rola o pranto,
Não se ouviu o grito de Cupido
E ele, deus desvalido,
Desafinou-se, afagou o canto
Quedou-se e feneceu desconstruído
Edilberto Vilanova
Minhas mãos com fogo
Na regência das palavras, apartai
Parte a parte o todo
Ao amor, esse gracejo, adorai
Partido. Apartei-me do jogo
Por vê-se ferido, cai,
Vencido, perdi o fôlego.
Com tanto amor esculpido,
Ainda rola o pranto,
Não se ouviu o grito de Cupido
E ele, deus desvalido,
Desafinou-se, afagou o canto
Quedou-se e feneceu desconstruído
Edilberto Vilanova
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