segunda-feira, 4 de junho de 2012

Das coisas que sei do tempo

Um convite pra falar do tempo e eu busco uma fresta, uma réstia de ideia. Vou ao Google: 145.000.000 resultados. Nenhuma resposta. De que tempo estamos falando afinal? De Kairos ou de Chronos? Do tempo da moça do jornal, com nuvens carregadas no fim da tarde, pancadas de chuva no começo da noite? Previsões do tempo são possíveis? Tenho comigo que tempo é o que chamam Deus ou talvez maior que isso. Pensa comigo: Onde vai dar o tempo? De que nascente brota? A gente olha e a resposta é oca. O tempo é imenso e só. Do tamanho de que? De quem? Do tamanho do tempo! Nada é mais que o tempo! Tenho comigo que isso é o que chamam de Deus: o infinito adiante, correndo em frente, deixando pra trás o rastro do infinito. O tempo é como a historinha da cobra que morde o próprio rabo. O coelho de Alice não tinha tempo. “A farta falta de tempo consome o tempo das coisas” mas a falta de tempo ainda é tempo. O tempo que não se tem é tempo. O tempo... paradoxo! Vejamos: ..., não, não. Ainda não entendo! Pergunto um dos maiores homens do seu tempo. Ele responde: “Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão.” Mas eu sei que isso ainda não é o tempo. As pedras não se iludem porque não percebem. A ilusão só ataca aquilo que pensa e sente. Muito antes da consciência e das sensações havia o tempo. Aliás... Aliás, sempre houve o tempo."Oh Tempo Rei! Ensinai-me, oh Pai! O que eu, ainda não sei." Eu nada sei sobre o tempo.Tanta coisa pra dizer. Nada de concreto. Quer saber?! Já é tarde. Nada mais a dizer. Não há tempo!

Vivaldo Simão

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