segunda-feira, 4 de junho de 2012

Agosto


lembro agosto chegando
letal e lento
passando
rio silente
lava quente de vulcão
abrasando a minha casa
minha asa
minha cama
minha sorte
Aí agosto endoideceu meu norte
a primeira morte que provei.

meu passado? estagnado
num BR-o-bró sem fim:
desde que passou agosto
no meu peito fez-se estio
nem vestígio de janeiros
nem flor de mandacaru
no chão rachado do meu rosto
eu hei de vencer agosto
antes de agosto, a mim

Vivaldo Simão

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