segunda-feira, 28 de março de 2011

Quando Ela Passa

Quando ela passa,
Com seus passinhos sutis,
A rua se enche de graça,
Trabalha o povo feliz.

Quando ela passa,
Toda a nossa rua sonha,
E o homem casado disfarça
Que já perdeu a vergonha.

Quando ela passa,
O adolescente matreiro
Olha seu corpo de raça,
Vai se trancar no banheiro.

Quando ela passa
Em frente do bar da esquina,
Seu Zé dá pinga de graça,
Só por causa da menina.

Quando ela passa
No açougue do seu Lisboa,
Grita ele com muita raça:
- Já chegou a carne boa!

Quando ela passa
No mercado do Clemente,
A freguesia escassa
Se transforma em muita gente.

Quando ela passa
No lanche do seu Joel,
Ele descuida da massa,
Mas sai bem feito o pastel.

Mas quando ela não passa
- Que tristeza nos rodeia!-
Tudo na rua se embaça,
Toda a gente fica feia!

Rogério Freitas

Nenhum comentário:

Postar um comentário