sábado, 5 de junho de 2010

Inocência

Lá estão eles, ambos garotinhos,
Ele segura a bola, ela a boneca
Sorridente o garoto e mais sapeca
Chega-se a ela, confessa segredinhos.

Ela sorri, mostrando seus dentinhos,
De lado deixa um pouco a tal boneca,
Lhe faz um gesto. Ele ri, não se peca
Quando a intenção é receber carinhos.

Se lá chega outro ou outra com carência
De lhes falar; não, não se vê furor,
Nas faces só a mesma complacência.

A sós de novo, volta o mesmo alvor,
Aquela doce ingênua confidência...
Só mesmo na inocência existe amor.

Rogério Freitas

Nenhum comentário:

Postar um comentário