Quando os sapos se encolhem
Os homens coaxam
Montam em seus cavalos metálicos
Remontam suas máquinas
Despertam cheos de fomes, de sedes, vontades
Cavalgam pelo campo, pela cidade
Se embaraçam
Se atropelam
Se despedaçam
Se apaixonam
E se embriagam
Comem, se fartam de cansaço
Rezam, dormem, sonham
Mas os sonhos moram em casas encantadas
Trancadas a sete chaves
É preciso quebrar as portas dos sonhos
Os homens escrevem palavras na água
E na água só sabem ler os peixes, os sapos
Quando os homens se encolhem
Os sapos coaxam
Edilberto Vilanova
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