terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vidente

Vidente, eu morro todos os dias,
A tanger o amargo e irresoluto luto das horas.
Fugidio vejo o abismo e derramo rosas,
Elas escorrem sem perfume
Pelo espelho oco do homem
E onde estão os dias que me fogem?
Onde se escondem as palavras que me sobram?
Procura inútil entre a divisão de mundos.
Onde começa e termina tudo.
Toda morte é por amor, por um punhado
Do pão que nasce e morre todos dias
E a ferida que sangra, pulsa, vibra, devora-se.
Vê-la esvaindo-se e não poder gritar
É rejeitar os trejeitos da dor.

Edilberto Vilanova

Nenhum comentário:

Postar um comentário