terça-feira, 17 de novembro de 2009

Solar das doze janelas

Entre a aurora e o crepúsculo
A catedral e a capela:
Um solar
Doze janelas
Doze símbolos de castidade
Doze donzelas
A luz que se escurece
Entre as pernas
Se derrama pelos telhados barrocos
Herdados de Portugal
Ao ranger das portas
Os lençóis guardam o segredo mais roto
As camisolas bailam nas alcôvas
E guardam o negrume de doze sexos
A casca casta do amor
Intacto, impenetrável, inviolável.
Assim se faz a lenda
Onde a pedra da memória se abre em fenda
Em carne viva história:
Doze janelas, doze símbolos do tempo
Os fantasmas passeiam pela praça da vitória
Os cães velam o sono dos homens
O vento acoita as árvores
E lá na casa esperança
Os lobos espreitam pelas frestas
O repouso das doze virgens
Doze cinderelas

Edilberto Vilanova

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