sábado, 25 de outubro de 2008

Falando a Dora

Para sempre não há, Dora, ventura
Que dure. Ser feliz e um breve instante.
O mundo algoz tão ríspido, inconstante,
Converte todo bem em amargura.

Lamenta sim a grande desventura
Que vira! Não te iluda a radiante
Fortuna que da a qualquer semblante
O sorriso do gozo e da fartura.

Eu também, neste rosto, carreguei
Esse riso – também me debrucei
No fausto da fortuna que me dizes...

Mas, toda a luz que eu tinha se apagou
E veio o eterno mal; só me ficou
A saudade dos dias mais felizes.

Rogério Freitas

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