quinta-feira, 25 de março de 2010

Sede

Ainda deságuo quando você demora
a descansar seu coração selvagem
Em meu peito
Pois sei que teu cais
É qualquer porto
Qualquer poço
mas você sempre volta
e não tem jeito mesmo
minha sede cede a qualquer encanto teu
tenho a sede dos oceanos
você é minha sede
sede minha represa
sou mulher oceano
e nem a tempestade sacia minha sede
pois quem chove sou eu
a tempestade sou eu
vem cedo navegar em meu pano
deixa teu navio-coração
descansar no peito meu.

Edilberto Vilanova

8 comentários:

  1. Confesso que senti uma "pontinha" de ciume por não ser a autora desse poema. (brincadeira)É um lindo poema.Uma bela forma de saciar a sede. Parabéns!

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  2. você está mesmo de parabéns, rapaz!"SEDE" é mais que um belo poema,pois apresenta uma lingugem plurisignificativa e consciente.Essa consciência pode ser observada nos recursos que vc utilizou,os quais proporcionam ao poema um jogo maravilhoso de palavras!mto bom mesmo...sucessooooo!

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  3. Moço, a vida é bem pequenininha. Não crie arrodeios para dizer uma coisa tão simples. Beleza poética nada tem a ver com jogo de palavra, pois está na palavra e não jogo.Simplifique-se, seja mais claro e direto!

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  4. Um dos principais conceitos da arte literária diz que a Literatura é a arte da palavra, e não há arte sem artifícios. Um poeta piauense diz que na poesia a palavra deve ser recriada, invertida. Outra determinação que está no cerne da poética contemporânea é o uso das chamadas figuras de linguagem para constituir um texto como literário ou não. Fala-se também de um dos elementos mais usados na nova poética: a plurissignificação vernacular, onde uma mesma palavra atinge vários significados. E a vida só é pequena quando a pessoa também é pequena. A vida é enorme, gigantesta: há mais coisas entre o céu e a terra do que imagina sua vã filosofia. Edilberto, eu notou todos os elementos que citei anteriomente em seu poema. ele está lindo, incluse vc usou um artício genial de transposição de classe gramatical, onde a palavra sede atinge uma mutiplicidade de funções, podendo ser verbo, substantivo e adjetivo ao mesmo tempo e ganhando a conotação incrível de desejo carnal. A poesia não pode afirmar, pois caso isso aconteça acaba o mistério da palavra. A função da poesia é sugerir, isso vc faz com maestria edilberto. Parábens.

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  5. "Simplifique-se, seja mais claro e direto" (???) Me espanta muito que alguém diga isso de um poema tão simples como Sede. Me desculpe, meu caro (e corajoso) anônimo, mas ou você não é muito bom de interpretação de textos ou está só "tirando onda". Estude "Recursos literários", leia mais poesia. Se não gosta de subjetividade e prefere todos os pingos em todos os "is" acessa um portal de notícia, leia uma revista ciêntifica. Não vale a pena perder tempo com poesia!

    VIVALDO SIMÃO <= esse é meu nome. Aqui e em qualquer lugar eu costumo deixar bem claro que é o dono da opnião.

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  6. Pois, eu acho que o poema é muito claro . . . e só tenho estudado o Portugués por meio ano!!!

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  7. Gente essa polêmica Toda Por causa de um simples poema, que de tão simples é tão maravilhoso.
    O autor tá de parabéns e como o amigo anônimo disse e concordo plenamente o mundo só é pequeno quando as pesoas são pequenas.

    Bjos
    Ruthynha

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